Após reunião com representantes de seis centrais sindicais, o secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, reiterou nesta quarta-feira (26) que o governo não pretende mudar sua proposta de reajuste do salário mínimo em R$ 545 frente à proposta dos sindicalistas de R$ 580.
“Estamos cientes que a política de valorização realizada durante o governo do (ex-) presidente Lula foi exitosa e, no espírito do acordo, estamos propondo o reajuste que eleva o salário mínimo a R$ 545, já sabendo que, no ano que vem, a previsão, baseada em 2010, é de um importante aumento de 12, 13%”, justificou.
Para Carvalho, a expectativa do Executivo é que a reunião tenha convencido os sindicalistas que “é melhor para o trabalhador essa política segura e continuada de valorização do salário mínimo” a não ter acordo algum.
“Foi uma primeira reunião, eu não quero dar uma palavra definitiva, mas confirmamos que a tendência nossa é manter esse acordo. É uma posição forte definida pelo governo, já que somos um governo de responsabilidade fiscal, que não vai fazer nenhuma demagogia”, completou Carvalho.
Por outro lado, as centrais reconhecem que já há convergência na ideia de manter a política de reajuste contínuo, respeitando o acordo realizado em 2007, com base na variação do PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos antes mais a inflação medida pelo INPC. No entanto, para o reajuste específico de 2011 não há acordo.
“Queremos que, excepcionalmente, o salário mínimo de 2011 tenha um tratamento especial por conta da crise, portanto nesse ponto não temos acordo com o governo”, afirmou o presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Arthur Henrique.
Para o governo, seria uma “inconveniência” mexer no atual acordo. “Nós propusemos já enviar uma medida provisória para o Congresso, uma vez que o projeto de lei que consagrava esse acordo ainda não foi votado”, disse Carvalho. Não há data para a votação do projeto.
Outras duas reivindicações dos sindicalistas sobre reajuste para os aposentados (em 10%) e da tabela do imposto de renda (6,4%) não foram discutidas no encontro, que contou com a participação do ministro da Fazenda interino, Nelson Barbosa.
O governo sinaliza com um reajuste de 4,5% da tabela do IR. “Esse reajuste de 4,5% é a previsão do núcleo inflacionário. Vamos discutir a questão, mas a tendência é mantermos a meta inflacionária”, disse Barbosa.
Uma próxima reunião com as centrais e o governo foi marcada para o dia 2 de fevereiro às 10h no Palácio do Planalto.