De acordo com os dados do Sebrae, cerca de 96% das empresas que fecham as portas nos primeiros anos pertenciam ao segmento de micro e pequenas empresas. De acordo com o consultor em gestão empresarial Sidney Shiroma, diretor da Fagus Consultoria, a falta de experiência e de conhecimento sobre a nova atividade são os dois grandes desafios enfrentados pelos empreendedores.
“Não possuir um plano de negócios ou planejamento estratégico, que oriente os rumos da empresa, é algo prejudicial. É preciso ter um plano bem claro, objetivo e detalhado, antes de realizar qualquer ação ou investimento, seja de tempo ou de dinheiro. Caso contrário, a empresa fica extremamente exposta ao fator sorte”.
Outro erro que acontece com freqüência é misturar as finanças da empresa com as pessoais. É preciso estabelecer, segundo ele, um pro-labore (salário) para os sócios, semelhante aos funcionários. “Este valor deve ser transferido para a conta corrente pessoal, e serve para cobrir as necessidades/despesas pessoais dos sócios. Não confundir o pró-labore com o lucro da empresa”.
O especialista fez um rol com os erros que merecem destaque:
1. Não possuir um plano de negócios, planejamento estratégico ou análise mercadológica;
2. Misturar as finanças da empresa com as pessoais;
3. Contratar qualquer familiar ou amigo, sem levar em conta a capacidade profissional. "É preciso estabelecer os pré-requisitos para cada cargo/função, e selecionar as pessoas com o melhor perfil/competências necessárias para a empresa";
4. Não estabelecer metas e prazos para as pessoas. Além de definir o que cada sócio/funcionário deve realizar, é preciso estabelecer uma data/hora para finalizar. "Eliminar o gerúndio (estou fazendo, estou providenciando,...) pois tempo é dinheiro. As despesas tem data fixa para pagamento. O atraso de uma tarefa pode atrasar o recebimento de uma receita e prejudicar o fluxo de caixa da empresa";
5. Tomar decisões sem informações precisas, principalmente informações financeiras. "É preciso ter um controle detalhado de todas as receitas, despesas fixas e variáveis, e investimentos. É fundamental simular os impactos futuros de qualquer ação. Ex: Saber qual o custo operacional para definir o preço de venda dos produtos e a política de descontos";
6. Contrair empréstimos para pagar as despesas operacionais, sem ter um plano de recuperação/reestruturação. "Se a empresa não consegue pagar as despesas operacionais com as receitas da operação, é preciso mudar/rever o plano do negócio. Não confundir despesas operacionais com investimentos";
7. Não tomar as decisões no momento em que é preciso, principalmente quando envolvem demissões, mudanças de procedimentos, aumento de atividades e controles, suspensão de operações, aumento no investimento, entre outras. "Prorrogar a decisão só aumenta a necessidade de mudanças e seus impactos";
8. Perder o comando, a comunicação e o respeito das pessoas. "Todos têm a sua devida importância para o perfeito funcionamento do organismo, mas algumas pessoas são e precisam exercer o papel do cérebro (decisão, planejamento, comando) e outras, dos órgãos e membros do corpo (operação, execução, controle)";
9. Ficar dependente de funcionários, fornecedores ou clientes. É preciso evitar esta dependência que traz riscos significativos para o negócio, elaborando planos de contingência para a falta/desistência destes. “Quem tem um, não tem nenhum”. Tenha pelo menos dois funcionários com conhecimento dos processos-chave, dois fornecedores distintos de matéria-prima/produtos e dois clientes com a mesma proporção de receitas;
10. Acreditar que sabe tudo, que não precisa de ajuda e que nunca enfrentará dificuldades. "É preciso ouvir e considerar a opinião/sugestão dos funcionários, clientes e fornecedores, se atualizar e se aperfeiçoar continuamente, e buscar ajuda profissional para agregar valor à operação da empresa.
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